Migração na Escola – Uma importante questão inclusiva no currículo

O DESAFIO DA INCLUSÃO MIGRATÓRIA

 NA EMEI D. ANA ROSA DE ARAÚJO- 2022

QUESTÕES SOBRE EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS

INTRODUÇÃO

         A Rede Municipal de Ensino de São Paulo contabilizou em 2018, 4400 estudantes estrangeiros. Este número não inclui os filhos de estrangeiros nascidos em território brasileiro, que também acessaram a rede pública de ensino.

            Ainda que esta quantidade represente apenas 1,1%, diante de cerca de 400.000 estudantes da Rede Municipal de Ensino e seja aparentemente pequena,  seu impacto no ambiente escolar já é notório, uma vez que a diversidade cultural ultrapassa fronteiras brasileiras e desafia a reflexão dos educadores sobre valores, modos de ensinar e de aprender  em contextos culturais e de convivência ainda mais amplos.

            Em 2022, o PPP da EMEI D. Ana Rosa de Araújo segue seu enfoque na valorização do processo inclusivo, acolhedor e de inserção no território, como ferramenta curricular na formação integral de estudantes, educadores e comunidade. Assim, quando o perfil das famílias desta escola revelou , desde o 2º. Semestre de 2018 dados de fluxos migratórios , esta pesquisa e proposta em 2022,  surge para atualizar dados, com o interesse em manter a compreensão sobre a comunidade e buscar ações que contribuam para o processo educativo de todos os envolvidos, tendo a Educação em Direitos Humanos como princípio norteador das ações.

OBJETIVOS

* Levantar dados sobre fluxos migratórios da comunidade da EMEI D. Ana Rosa de Araújo em 2022;

*Refletir possibilidades de ação educativa com a comunidade escolar;

*Desenvolver ações formativas com os educadores, na perspectiva de Educação em Direitos Humanos;

*Desenvolver ações formativas com as crianças, na perspectiva da Educação em Direitos Humanos.

METODOLOGIA

1-Levantamento de dados através das matrículas dos estudantes;

2-Comparação e reflexão sobre as informações, com e equipe de educadores;

3- Planejamento / Estratégias de escuta para ações inclusivas;

4- Desenvolvimento de ações;

5- Avaliação do processo.

DESENVOLVIMENTO

1. LEVANTAMENTO DE DADOS

A EMEI D. Ana Rosa de Araújo tem em Fevereiro de 2022, 200 estudantes regularmente matriculados, sendo que 83 no 1o. período e 117 no 2o. período.  Por meio de certidões de nascimento apresentadas nas matrículas, compilamos as informações dos locais de origem de estudantes e pais.

Período da manhã – Dados por sala de fluxo migratório

Total de estudantes no período – 83 

TURMAALUNOS DE SPPAIS DE SPALUNOS DE OUTROS ESTADOS DO BRPAIS DE OUTROS ESTADOS DO BR  ALUNOS DE OUTROS PAISESPAIS DE OUTROS PAISES
7 A191601703
7 B15160902
7 F8110748
7 G10232100
7 H10182810
7 I9621102
TOTAIS7190653515

Período da tarde – Dados por sala de fluxo migratório

Total de estudantes no período – 117

TURMAALUNOS DE SPPAIS DE SPALUNOS DE OUTROS ESTADOS DO BRPAIS DE OUTROS ESTADOS DO BR  ALUNOS DE OUTROS PAISESPAIS DE OUTROS PAISES
7 C14184900
7 D191812000
7 E182421402
7 J202942900
7 K161011001
7 L141521700
TOTAIS101114149903

GRÁFICO

EMEI DONA ANA ROSA DE ARAÚJO- CRIANÇAS 2022

GRÁFICO

EMEI DONA ANA ROSA DE ARAÚJO- PAIS 2022

2-  ANÁLISE DE DADOS

A reflexão sobre os dados acima descritos de maneira coletiva, suscitará outras reflexões que poderão nortear ações quanto a:

– conhecimento sobre as demandas migratórias da Unidade Escolar (tanto sobre a migração de outros estados brasileiros, quanto a de outros países), especificamente no que concerne a aspectos culturais relevantes para o “currículo vivo” (proposto pelo Projeto Político Pedagógico da EMEI Ana Rosa de Araújo) e que possam ser incluídos nos planos bimestrais de ensino;

-busca de estratégias para aproximação/acolhimento, integração e ação junto às famílias migrantes e paulistanas;

– conhecimentos sobre as diversas culturas (especialmente a de outros países), pouco conhecidas ou desconhecidas pelos educadores, para ampliação do universo cultural, evitando preconceitos e discriminações;

–  desenvolvimento de estratégias de combate ao trabalho análogo ao escravo junto às famílias vulneráveis, sejam estas migrantes ou paulistanas;

–  desenvolvimento de estratégias de combate ao trabalho infantil

3- ELABORAÇÃO COMPARTILHADA DE AÇÕES

Os educadores participam de horários coletivos na Unidade Escolar, que permitem o diálogo sobre informações quantitativas (aqui sintetizadas) e qualitativas (observadas no cotidiano escolar). Assim, nesses momentos, poderão desenvolver estratégias para ações compartilhadas tanto em seus grupos classe como para a coletividade, tendo os princípios do Projeto Político Pedagógico de inclusão e ação no território, para a formação integral de todos da comunidade escolar como premissa.

4- CRONOGRAMA (Histórico em 2018 e 2019, assim como proposições para 2022)

Agosto 2018 – 1.Participação  da coordenação pedagógica na formação “Escravo, nem pensar!”, com enfoque em direitos humanos no âmbito do trabalho;

                           2.Início de levantamento de dados da EMEI D. Ana Rosa de Araújo

Setembro 2018 – 1.Síntese dos dados / tabulação

                                2. Início da formação com professores em alguns horários coletivos;

Outubro 2018-  1. Aproximação das famílias migrantes provenientes de outros países;

                             2. Elaboração de proposta para o trabalho inclusivo referenciado também nos fluxos migratórios apresentados na Unidade Escolar;

Novembro e Dezembro 2018  1. Intensificação de estratégias inclusivas das famílias migrantes (curricularmente, através da Rede de Proteção Social ou de outros espaços de acolhimento);

1º semestre 2022-   Fevereiro / Março

                                   1. Retomada das vivências / memória do trabalho desde 2018;

                                   2. A questão migratória na escola e Educação em Direitos Humanos – debate sobre a relevância do tema no PPP, com inclusão ao enfoque da Educação antirracista;

                                   3. Formação: Como articular a participação de diferentes culturas no currículo? A inclusão e os planos de ensino bimestrais. Trabalho com os educadores em horários coletivos, se houver reconhecimento da relevância dessa ideia pelo grupo.

                                 Junho 2022

  1. Planejamento e realização da “Festa cultural “ no Dia da família na escola;
  2. Ação participativa da comunidade para o “Junho Migrante “ no Seminário de SME

                                 Abril a Dezembro 2022

                                   4. O “currículo vivo”: atividades em sala de aula e com famílias que promovam a presença de diversas culturas, o diálogo e a vivência da riqueza da diversidade humana.,

         5- AVALIAÇÃO

         Compreendendo o processo avaliativo como um permanente processo reflexivo, atento às características e necessidades contemporâneas da cidade e da Unidade Escolar, a avaliação ocorrerá durante toda a proposta, condensando-se e sistematizando-se:

  1. Nas tomadas de decisão para o planejamento (antes e o final dos mesmos);
  2. Nos momentos de avaliação formal da Unidade Escolar (Avaliação Anual e da formação dos educadores /PEA).

Tais momentos direcionarão e redirecionarão novas propostas e ações, construindo história inclusiva, que busque um currículo mais significativo a todos que deles participam direta ou indiretamente.

6-  COMENTÁRIO SOBRE A BIBLIOGRAFIA BÁSICA

         A bibliografia será pesquisada no processo, de acordo com as questões culturais apresentadas para aprofundamento de estudos e intervenções pedagógicas. Inicialmente, consideraremos:

  • Material do Programa “Escravo, nem pensar!” – ONG Repórter Brasil;
  • Filmes relativos às culturas que compõe a comunidade escolar, disponíveis no www.youtube.com
  • Textos sobre a história dos países e estados a serem estudados (a pesquisar)