QUESTÕES SOBRE EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS
INTRODUÇÃO
A Rede Municipal de Ensino de São Paulo contabilizou em 2018, 4400 estudantes estrangeiros. Este número não inclui os filhos de estrangeiros nascidos em território brasileiro, que também acessaram a rede pública de ensino.
Ainda que esta quantidade represente apenas 1,1%, diante de cerca de 400.000 estudantes da Rede Municipal de Ensino e seja aparentemente pequena, seu impacto no ambiente escolar já é notório, uma vez que a diversidade cultural ultrapassa fronteiras brasileiras e desafia a reflexão dos educadores sobre valores, modos de ensinar e de aprender em contextos culturais e de convivência ainda mais amplos.
Em 2019, o PPP da EMEI D. Ana Rosa de Araújo segue seu enfoque na valorização do processo inclusivo, acolhedor e de inserção no território, como ferramenta curricular na formação integral de estudantes, educadores e comunidade. Assim, quando o perfil das famílias desta escola revelou , desde o 2º. Semestre de 2018, consideráveis dados migratórios, esta pesquisa e proposta em 2019, surge para atualizar dados, com o interesse em manter a compreensão sobre a comunidade e buscar ações que contribuam para o processo educativo de todos os envolvidos, tendo a Educação em Direitos Humanos como princípio norteador das ações.
OBJETIVOS
* Levantar dados sobre fluxos migratórios da comunidade da EMEI D. Ana Rosa de Araújo em 2019;
*Refletir possibilidades de ação educativa com a comunidade escolar;
*Desenvolver ações formativas com os educadores, na perspectiva de Educação em Direitos Humanos;
*Desenvolver ações formativas com as crianças, na perspectiva da Educação em Direitos Humanos.
METODOLOGIA
1-Levantamento de dados através das matrículas dos estudantes;
2-Comparação e reflexão sobre as informações, com e equipe de educadores;
3- Planejamento / Estratégias de escuta para ações inclusivas;
4- Desenvolvimento de ações;
5- Avaliação do processo.
DESENVOLVIMENTO
1. LEVANTAMENTO DE DADOS
A EMEI D. Ana Rosa de Araújo tem em Fevereiro de 2019,358 estudantes regularmente matriculados, sendo que 179 no 1o. período e 179 no 2o. período. Por meio de certidões de nascimento apresentadas nas matrículas, compilamos as informações dos locais de origem de estudantes e pais.
Período da manhã – Dados por sala de fluxo migratório
Total de estudantes no período – 179
TURMA | ALUNOS DE SP | PAIS DE SP | ALUNOS DE OUTROS ESTADOS DO BR | PAIS DE OUTROS ESTADOS DO BR | ALUNOS DE OUTROS PAISES | PAIS DE OUTROS PAISES | SEM INFORMAÇÃO SOBRE OS PAIS |
5 A 35 al / 28 res | 26 | 56 | 2 | 19 | 0 | 0 | 11 |
6 A35 al /26 res | 23 | 18 | 1 | 23 | 2 | 5 | 5 |
5 B35 al /25 res | 22 | 9 | 3 | 27 | 0 | 2 | 10 |
5 C35 al /24 res | 23 | 21 | 1 | 16 | 0 | 2 | 4 |
6 B 20 al /17 res | 11 | 8 | 3 | 16 | 3 | 5 | 8 |
6 C20 al / 16 res | 13 | 12 | 3 | 16 | 0 | 2 | 4 |
Período da tarde – Dados por sala de fluxo migratório
Total de estudantes no período – 179
| TURMA | ALUNOS DE SP | PAIS DE SP | ALUNOS DE OUTROS ESTADOS DO BR | PAIS DE OUTROS ESTADOS DO BR | ALUNOS DE OUTROS PAISES | PAIS DE OUTROS PAISES | SEM INFORMAÇÃO SOBRE OS PAIS |
| 5 D35 al /33 res | 29 | 26 | 3 | 39 | 1 | 5 | 5 |
| 5 E35 al / 32 res | 30 | 26 | 2 | 23 | 1 | 7 | 6 |
| 6 D35 al / 35 res | 31 | 27 | 3 | 16 | 1 | 4 | 16 |
| 6 E35 al / 31 res | 28 | 20 | 3 | 23 | 0 | 1 | 11 |
| 6 F21 al /21 res | 18 | 17 | 3 | 12 | 0 | 0 | 8 |
| 6 G20 al /19 res | 18 | 9 | 0 | 13 | 1 | 0 | 7 |
GRÁFICO
EMEI DONA ANA ROSA DE ARAÚJO- ALUNOS

GRÁFICO
EMEI DONA ANA ROSA DE ARAÚJO- PAIS

2- ANÁLISE DE DADOS
A reflexão sobre os dados acima descritos de maneira coletiva, suscitará outras reflexões que poderão nortear ações quanto a:
– conhecimento sobre as demandas migratórias da Unidade Escolar (tanto sobre a migração de outros estados brasileiros, quanto a de outros países), especificamente no que concerne a aspectos culturais relevantes para o “currículo vivo” (proposto pelo Projeto Político Pedagógico da EMEI Ana Rosa de Araújo) e que possam ser incluídos nos planos bimestrais de ensino;
-busca de estratégias para aproximação/acolhimento, integração e ação junto às famílias migrantes e paulistanas;
– conhecimentos sobre as diversas culturas (especialmente a de outros países), pouco conhecidas ou desconhecidas pelos educadores, para ampliação do universo cultural, evitando preconceitos e discriminações;
– desenvolvimento de estratégias de combate ao trabalho análogo ao escravo junto às famílias vulneráveis, sejam estas migrantes ou paulistanas;
– desenvolvimento de estratégias de combate ao trabalho infantil.
3- ELABORAÇÃO COMPARTILHADA DE AÇÕES
Os educadores participam de horários coletivos na Unidade Escolar, que permitem o diálogo sobre informações quantitativas (aqui sintetizadas) e qualitativas (observadas no cotidiano escolar). Assim, nesses momentos, poderão desenvolver estratégias para ações compartilhadas tanto em seus grupos classe como para a coletividade, tendo os princípios do Projeto Político Pedagógico de inclusão e ação no território, para a formação integral de todos da comunidade escolar como premissa.
4- CRONOGRAMA (Histórico em 2018 e proposições em 2019)
Agosto 2018 – 1.Participação da coordenação pedagógica na formação “Escravo, nem pensar!”, com enfoque em direitos humanos no âmbito do trabalho;
2.Início de levantamento de dados da EMEI D. Ana Rosa de Araújo
Setembro 2018 – 1.Síntese dos dados / tabulação
2. Início da formação com professores em alguns horários coletivos;
Outubro 2018- 1. Aproximação das famílias migrantes provenientes de outros países;
2. Elaboração de proposta para o trabalho inclusivo referenciado também nos fluxos migratórios apresentados na Unidade Escolar;
Novembro e Dezembro 2018 1. Intensificação de estratégias inclusivas das famílias migrantes (curricularmente, através da Rede de Proteção Social ou de outros espaços de acolhimento);
1º semestre 2019- Fevereiro / Março
1. Retomada das vivências / memória do trabalho em 2018;
2. A questão migratória na escola e Educação em Direitos Humanos – debate sobre a relevância do tema no PPP;
3. Formação: Como articular a participação de diferentes culturas no currículo? A inclusão e os planos de ensino bimestrais. Trabalho com os educadores em horários coletivos, se houver reconhecimento da relevância dessa ideia pelo grupo.
Junho 2019
- Ação participativa da comunidade para o “Junho Migrante “ no Seminário de SME
Abril a Dezembro 2019
4. O “currículo vivo”: atividades em sala de aula e com famílias que promovam a presença de diversas culturas, o diálogo e a vivência da riqueza da diversidade humana.,
5- AVALIAÇÃO
Compreendendo o processo avaliativo como um permanente processo reflexivo, atento às características e necessidades contemporâneas da cidade e da Unidade Escolar, a avaliação ocorrerá durante toda a proposta, condensando-se e sistematizando-se:
- Nas tomadas de decisão para o planejamento (antes e o final dos mesmos);
- Nos momentos de avaliação formal da Unidade Escolar (Avaliação Anual e da formação dos educadores /PEA).
Tais momentos direcionarão e redirecionarão novas propostas e ações, construindo história inclusiva, que busque um currículo mais significativo a todos que deles participam direta ou indiretamente.
6- COMENTÁRIO SOBRE A BIBLIOGRAFIA BÁSICA
A bibliografia será pesquisada no processo, de acordo com as questões culturais apresentadas para aprofundamento de estudos e intervenções pedagógicas. Inicialmente, consideraremos:
• Material do Programa “Escravo, nem pensar!” – ONG Repórter Brasil;
• Filmes relativos às culturas que compõe a comunidade escolar, disponíveis no www.youtube.com
• Textos sobre a história dos países e estados a serem estudados (a pesquisar)